FUI CHAMADO PARA DEPOR NA DELEGACIA, E AGORA?
FUI CHAMADO PARA DEPOR NA DELEGACIA, E AGORA?
Fui chamado para depor na Delegacia, e agora? Essa é uma dúvida muito comum — e o sentimento também: medo, insegurança, nervosismo.
Receber uma intimação pode ser assustador, especialmente se é a primeira vez que você tem contato com o sistema de Justiça criminal, com a Polícia Civil ou com a Polícia Federal.
Mas calma: nesse artigo eu vou te explicar o que significa ser chamado para depor, o que acontece na prática e como agir para proteger seus direitos — inclusive quando há risco de você ser investigado.
Meu nome é Matheus Falivene, eu sou advogado criminalista em São Paulo, mestre e doutor em Direito Penal pela USP, e hoje vou o que fazer quando você for chamado para depor na Delegacia de Polícia Civil ou na Polícia Federal.
O QUE SIGNIFICA SER CHAMADO PARA DEPOR?
Ser chamado para depor significa que a autoridade policial quer ouvir o que você sabe sobre um fato que está sendo investigado.
Isso pode acontecer porque você é testemunha, vítima, ou porque existe alguma suspeita de envolvimento.
A intimação geralmente vem por escrito — com data, horário e local — e serve para colher informações que possam ajudar a esclarecer o caso.
Mas é aqui que muita gente se complica: colaborar não significa abrir mão dos seus direitos.
Mesmo quem acha que “não deve nada” pode se prejudicar se for depor sem orientação jurídica.
QUEM PODE SER CHAMADO PARA DEPOR?
Qualquer pessoa pode ser chamada:
- como testemunha, para contar o que viu ou ouviu;
- como vítima, para relatar o que sofreu;
- ou como investigado, quando há suspeita de envolvimento.
E é fundamental saber em qual dessas situações você está — porque cada uma exige cuidados diferentes.
E quem pode te esclarecer isso? O advogado criminalista.
ETAPAS DO DEPOIMENTO
O procedimento costuma seguir quatro etapas principais:
1) Recebimento da intimação: o documento chega por oficial, carta ou policial. É o momento de procurar um advogado.
2) Apresentação na delegacia: leve documento de identidade e mantenha a calma.
3) Oitiva formal: é quando o delegado faz perguntas e o escrivão registra suas respostas.
Seu advogado pode intervir se alguma pergunta for ilegal ou confusa.
4) Leitura e assinatura: ao final, leia o depoimento com calma antes de assinar.
Se algo estiver errado, peça para corrigir.
Dica importante: nunca assine sem revisar. Uma frase mal redigida pode mudar completamente o sentido do que você disse.
CUIDADOS FUNDAMENTAIS NO DEPOIMENTO NA DELEGACIA
Alguns erros são muito comuns:
- Ir sozinho à delegacia.
- Falar mais do que o necessário.
- Assinar sem ler.
- Tentar “adivinhar” respostas.
Seja objetivo, verdadeiro e, se não lembrar de algo, diga isso. Seu advogado está ali para te proteger, não para te julgar.
E SE EU NÃO COMPARECER NO DEPOIMENTO? POSSO SER PRESO?
Ignorar a intimação é um erro grave. A ausência pode gerar consequências como:
- condução coercitiva (ser levado à força);
- comunicação ao Ministério Público, com risco de prisão temporária ou preventiva, dependendo do caso;
- ou até suspeita de obstrução de justiça, dependendo do crime investigado.
Mesmo assim, em alguns casos estratégicos, o advogado pode avaliar se o comparecimento é realmente necessário.
POR QUE TER UM ADVOGADO CRIMINALISTA? COMO UM ADVOGADO CRIMINALISTA PODE AJUDAR?
O advogado não serve só “para depois” quando virar processo criminal. Ele é essencial desde o primeiro momento.
Antes do depoimento, ele analisa a intimação, explica sua posição no inquérito e te prepara para o que vem pela frente.
Durante a oitiva, ele te acompanha, impede perguntas indevidas e registra qualquer irregularidade.
Depois, ele analisa o depoimento e traça a melhor estratégia jurídica.
Então, se você recebeu uma intimação para depor, não entre em pânico — mas também não vá sozinho.
Procure um advogado criminalista experiente, entenda seus direitos e aja com cautela.
Cada palavra dita na delegacia pode fazer diferença no futuro de um processo.
E uma boa orientação agora pode evitar uma dor de cabeça enorme depois.
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O vídeo é uma análise jurídica do caso e não representa opinião legal ou orientação sobre o tema.
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Matheus Falivene é advogado criminalista em São Paulo (SP), mestre e doutor em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (USP).


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