• HOME
  • O ESCRITÓRIO
  • EQUIPE
  • ATUAÇÃO
    • DIREITO PENAL
    • COLABORAÇÃO PREMIADA E ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP)
    • COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL
  • PUBLICAÇÕES
    • IMPRENSA
    • ARTIGOS
    • ACADÊMICAS
  • CONTATO
  • HOME
  • O ESCRITÓRIO
  • EQUIPE
  • ATUAÇÃO
    • DIREITO PENAL
    • COLABORAÇÃO PREMIADA E ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL (ANPP)
    • COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL
  • PUBLICAÇÕES
    • IMPRENSA
    • ARTIGOS
    • ACADÊMICAS
  • CONTATO
Categorias
  • ACADÊMICAS
  • Acadêmicas
  • ARTIGOS
  • IMPRENSA

Matheus Falivene | ConJur – A criminalização do assédio moral é uma manifestação do Direito Penal simbólico

O denominado “simbolismo penal” ou “Direito Penal simbólico” consiste na aprovação de legislações penais mais severas, que criminalizam condutas consideradas penalmente lícitas ou que aumentam a pena de crimes já existentes, com a finalidade de atender a uma necessidade político-eleitoral que visa atender a um suposto clamor social, mas que, na prática, é inócua.

Dessa forma, o simbolismo penal ocorre quando o legislador, como forma de atender a uma necessidade político-eleitoral (geralmente de ter argumentos para uma futura reeleição) se utiliza do Direito Penal para criminalizar condutas ou aumentar penas, sem que isso tenha um efeito real prático.

Muitas das normas promulgadas nesse contexto do simbolismo penal são elaboradas às pressas e aprovadas sem qualquer discussão no Congresso Nacional, fazendo com que tenham textos pífios, inaplicáveis ou inconstitucionais.

E o Brasil é um dos campeões mundiais na utilização do Direito Penal simbólico.

Desde a década de 1990, uma série de leis penais foi promulgada com a única e exclusiva finalidade de atender a um suposto clamor social e fazer com que seus defensores tenham futuro material de campanha política, como é o caso da Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/90), da Lei Carolina Dieckmann (Lei 12.737/12) e da Lei de Combate à Corrupção (Lei 12.850/13), apenas para citar alguns exemplos.

Porém, nosso legislador parece não ter limites na criação do Direito Penal simbólico e, agora, por meio do (requentado) PL 4.742/01 da Câmara dos Deputados, busca tipificar o assédio moral no ambiente trabalho.

O assédio moral no ambiente de trabalho conduta psicológica abusiva do empregador ou de outro empregado que atenta, de modo reiterado e prolongado, contra a dignidade do trabalhador, expondo-o a constante humilhações como forma de fazer com que se retire da relação.

Atualmente, a situação é considerada um ilícito cível passível de indenização por dano moral. Porém, o legislador quer tipificá-la como crime introduzindo o artigo 146-A no Código Penal.

Conforme o texto proposto, constituirá crime punido com pena de detenção de 1 a 3 anos “ofender reiteradamente a dignidade de alguém causando-lhe dano ou sofrimento físico ou mental, no exercício de emprego, cargo ou função”.

É de se notar que o tipo é extremamente mal redigido, empregando o verbo “ofender” de forma absolutamente equivocada e utilizando de termos genéricos como “dano” (seria um dano patrimonial, psicológico ou na carreira?) e “sofrimento físico e mental” (o que caracterizaria esse sofrimento físico e mental?).

Essa imprecisão da linguagem não permite que se construa qual é a conduta incriminada e viola o princípio da taxatividade penal, em decorrência da legalidade penal, que dispõe que as leis penais devem ser elaboradas de forma clara e precisa, permitindo que todos os cidadãos conheçam o seu conteúdo, o que de fato não ocorre no caso.

Como se não bastasse isso, o crime pune uma conduta que configura um ilícito civil, uma infração às normas que regulam o Direito do Trabalho, e não uma infração penal, não tendo legitimidade para sua incriminação, que configura uma clara manifestação do Direito Penal simbólico.

Como pode se observar do andamento na Câmara dos Deputados, o projeto foi apresentado em 23 de maio de 2001 e, posteriormente, foi reapresentado e rejeitado em todas as legislaturas subsequentes até que, em 12 de março deste ano, foi colocado novamente em discussão numa sessão e aprovado em votação após pouquíssimo debate.

A aprovação se deu num momento em que a existência do anacrônico Direito do Trabalho e da Justiça do Trabalho sofrem pesadas críticas e tem como único fundamento reafirmar a importância do Direito e da Justiça laboral, o que fica muito claro na justificativa apresentada na movimentação.

Dessa forma, criou-se uma norma penal que está fadada à inaplicabilidade e que tem como fundamento apenas reafirmar a validade da norma trabalhista e servir como palanque político-eleitoral para seus idealizadores, no melhor estilo do Direito Penal simbólico.

 

Texto original publicado no ConJur

 

0 Comentários

Matheus Falivene | JusBrasil - Comentário ao art. 218-C do Código Penal

Previous thumb

Matheus Falivene | JOTA - Crimes culturalmente condicionados

Next thumb
Scroll
Endereço
Rua Cel. Oscar Porto, n. 813,
conj. 13, Paraíso, São Paulo/SP,
CEP 04003-004
Contato
contato@faliveneadvogados.com.br
(11) 4175-0208
(11) 95348-2615 (WhatsApp)
Siga-nos
Matheus Falivene Sociedade Individual de Advocacia - OAB 25.367/SP - CNPJ 30.608.849/0001-03
Este site utiliza cookies para realização de análises estatísticas acerca de sua utilização. Não são coletados dados pessoais por meio de cookies. Política de Privacidade
OK
Manage consent

Privacy Overview

This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary
Sempre ativado
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
CookieDuraçãoDescrição
cookielawinfo-checbox-analytics11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checbox-functional11 monthsThe cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checbox-others11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-necessary11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-performance11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy11 monthsThe cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytics
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.
Others
Other uncategorized cookies are those that are being analyzed and have not been classified into a category as yet.
SALVAR E ACEITAR